Vereador quer criação de ambulatório

JORNAL DE PIRACICABA

Quarta-feira, 10 de abril de 2013.

Vereador quer criação de ambulatório

 

Por sugestão de membros do Conselho Municipal da Diversidade Sexual, o vereador Gilmar Rotta (PMDB) protocolou indicação ao Executivo para criação na cidade de um Ambulatório de Cuidados a Saúde Integral para Travestis e Transexuais. A matéria já deu entrada na sessão ordinária da última segunda-feira (1º/04) e não precisa ir à votação em plenário. De acordo com Rotta, a ideia da indicação surgiu após reunião com a entidade.

“Vamos fazer um estudo agora e conhecer como funciona o ambulatório de São Paulo (inaugurado em 2009), na semana que vem. Devo marcar uma reunião com a Secretaria de Saúde e levar as experiências para então iniciar uma discussão”, destacou.

Na justificativa da proposta, o vereador salientou que os representantes das entidades acreditam que “com a criação do ambulatório os cuidados direcionados à população de travestis e transexuais, terão garantia e equidade nos direitos a saúde”.

A transexual Luciana Stocco, 33, membro do Conselho, classificou a iniciativa como uma reivindicação pessoal também, já que ela e outras conhecidas já passaram por situação de discriminação. “Tem acontecido de não sermos respeitadas pelo nome social. Pedimos um ambulatório que fosse sensível a causa. Não sabemos o números de travestis e transexuais na cidade, mas tenho conhecimento de que os fazem uso da hormonioterapia (tratamento a base de hormônios), por exemplo, são pelo menos uns 50”, disse. “Muitos travestis e transexuais correm riscos de vida por falta de orientação”, ressaltou rotta. O espaço ofereceria atendimento de acolhimento para identificação de demandas, além de orientação, prevenção, palestras, avaliação psicológica, avaliação médica e exames.

Podem haver questionamentos se existência do local pode gerar ainda mais discriminação. O que não considera o coordenador do curso de Direito da Unimep ( Universidade Metodista de Piracicaba), Jose Renato Martins. “ Há quem diga, de fato, que  possa gerar ainda mais discriminação, mas hoje existe cotas para negros, índio, para alunos de escolas públicas, porque realmente não se percebe que haja igualdade na sociedade, é uma forma de terem atendimento específico”considerou (Lilian Geraldini).