Reunião discute criação de ambulatório para Travestis e Transexuais

JORNAL DE PIRACICABA

sábado, 04, de maio de 2013

Saúde: Diretora de serviço em São Paulo esteve em Piracicaba ontem.
Reunião discute criação de ambulatório para Travestis e Transexuais

Depois de sugerir a criação na cidade de um Ambulatório de Cuidados à Saúde Integral para Travestis e Transexuais ao vereador Gilmar Rotta (PMDB) — que protocolou uma indicação ao Executivo sobre o assunto — o Conselho Municipal da Diversidade Sexual reuniu seus membros e pessoas da sociedade civil para um encontro extraordinário na tarde de sexta (3/05), na Câmara dos Vereadores. À convite da comissão, a diretora do Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais de São Paulo, Judit Lia Busanello, participou do encontro e orientou sobre o funcionamento do trabalho feito na capital paulista.

De acordo com Judit, a ideia foi apresentar os benefícios de um ambulatório específico para as pessoas travestis e transexuais. “Queremos discutir algum tipo de atendimento à população que não tem amparo”, disse. Segundo ela, o ambulatório de São Paulo surgiu em 2009 e já tem 1.800 pessoas cadastradas. Judit explicou que 60% das pacientes são da capital paulista, 30% do interior e 10% de outros estados. “Por isso a importância de se criar um ambulatório regional, que possa atender as transexuais e travestis, um público pouco visto no serviço de saúde”, contou.

Segundo a diretora, o ambulatório atende pessoas que queiram fazer a cirurgia de mudança de sexo, hormanioterapia, alem do acompanhamento daqueles que utilizaram silicone industrial, que é prejudicial à saúde. “Com o ambulatório, possibilita um melhor acesso. Muitas pessoas procuram clínicas clandestinas que prejudicam muito a saúde”, afirmou.

A representante do FÓRUM PAULISTA DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS, Daniela Andrade, também participou da reunião para divulgar o Manual de Normatização do TFD (Tratamento Fora do Domicílio) do Estado de São Paulo. “Segundo o SUS (Sistema Único de Saúde) você tem que prever o atendimento à população de travestis e transexuais. E se o município não tem um profissional especializado, precisa pagar passagem, estadia e alimentação para que a consulta seja feita no local mais próximo”, afirmou.De acordo com Daniela, a idéia é que se crie um ambulatório regional para atender a demanda das cidades próximos a Piracicaba.

Bruno Campos, presidente do Conselho Municipal da Diversidade Sexual, afirmou que a reunião ampliou o debate para formalizar um projeto do conselho para o Poder Executivo. “Vamos encaminhar essa proposta para a prefeitura para a criação do ambulatório. Também queremos a divulgação sobre o ambulatório de São Paulo e sobre a informação do TFD”, contou. (Rubens Vitti Jr).