Especialistas avaliam que há racismo na produção audiovisual brasileira

A baixa participação de mulheres negras no cinema nacional é consequência de um elemento estrutural na sociedade brasileira: o racismo. A avaliação é do cineasta Joel Zito Araújo, que comentou pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) sobre os filmes brasileiros de maior bilheteria entre os anos de 2002 e 2012.

Para a diretora da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Irene Ferraz, a escolaridade e o acesso a recursos para a produção audiovisual poderiam reverter esse quadro. O estudo A Cara do Cinema Nacional constatou que nenhum dos 218 longas-metragem nacionais analisados contou com uma mulher negra na direção ou no roteiro.

A presença delas nas telas também é baixa: atrizes pretas e pardas representaram apenas 4,4% do elenco principal desses filmes. Segundo Araújo, que é P.H.D. pela Universidade de São Paulo (USP), aliado ao racismo, que invisibiliza produtores negros no cenário nacional, o padrão estético das produções atuais ainda está calçado em ideias do período colonial, provocando distorções em todas as artes, inclusive no cinema.

“A supremacia branca, o reforço da representação dos brancos como uma ‘natural’ representação do humano é chave para tudo isso. O negro representa o outro, o feio, o pobre, o excluído, a minoria não desejada.” Por isso, segundo ele, não está nas telas.

A opinião do cineasta é a mesma da coautora da pesquisa da Uerj, a doutoranda Verônica Tofte, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp). Ela lembra que o Estatuto da Igualdade Racial tratou de prever a igualdade de oportunidades em produções audiovisuais, mas as leis são vagas e insuficientes para mudar a cara do cinema.

“O Brasil tem uma legislação para tratar dessa situação, de conferir oportunidades iguais, no entanto, ela é burlada, sem fiscalização.” Verônica defende a distribuição de recursos do audiovisual para realizadores negros.

A diretora da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Irene Ferraz, reconhece que é baixa a presença de pessoas pretas e pardas em posições de mais visibilidade e prestígio no cinema, como o elenco, a direção e a produção de roteiros. Para ela, o problema começa na formação.

“O cinema é uma arte muito complexa, envolve uma indústria, precisa de editais, recursos, se você tem uma escolaridade, chegará lá. Acontece que, na nossa sociedade, o negro está excluído em várias áreas”, avaliou, em relação à subrepresentação. “O cinema reflete o que é a sociedade”, completou.

O presidente do Sindicato Interestadual dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual, Luiz Antonio Gerace, não vê como um problema a ausência de mulheres negras no cinema.

Segundo ele, a exclusão pode diminuir a partir do maior acesso a cursos de audiovisual. “É verdade que as mulheres ocupam mais os cargos de assistente de figurino e camareira do que direção e roteiro. Mas se fizer faculdade, por exemplo, vai ter a mesma chance que os outros.”

O argumento da educação, no entanto, é frágil, na avaliação de Joel Araújo. Para ele, a solução passa por políticas públicas. “Cabe à Ancine [Agência Nacional do Cinema] buscar meios para resolver essa distorção profunda. E não ficar esperando que uma futura desejada educação de qualidade para todos extermine o nosso racismo estrutural”, destacou.

Procurada pela Agência Brasil, a Ancine, que tem a função de fomentar e regular o setor, informou que “não opina sobre conteúdo dos filmes ou elenco”. Já o Ministério da Cultura informou ter investido R$ 5,1 milhões em editais de produção audiovisual este ano. Desse total, R$ 2,8 milhões foram destinados a jovens realizadores negros, cuja contratação foi feita em 2012.

 

Fonte: Paraná Online

Saiba como agir em caso de Racismo ou Discriminação

156 Dique Racismo

 Dúvidas e Esclarecimentos

O Que é Racismo?

            É a teoria que divide a raça humana em diversas outras, utilizando para isso diferenças baseadas em etnia, descendência ou cor da pele.

O que é Atitude Racista?

É definida por ações criminosas que visam demonstrar uma falsa superioridade de uma “raça”, prejudicando a pessoa vítima dessas ações e desrespeitando a Constituição Brasileira e todas as demais leis de proteção á pessoa humana seja nacional ou internacional. Em geral uma atitude racista pode ser facilmente percebida quando alguém é impedido de exercer seus direitos, seja através de atitudes, que denotam exclusão social, profissional ou familiar, seja através de demonstração de que a pessoa não é bem-vinda em determinado local devido à sua “raça” ou descendência.

NÃO ESQUEÇA: qualquer atitude RACISTA é CRIME!

LEMBRE-SE: NINGUEM NASCE RACISTA!

O que é preconceito?

Como o próprio nome já diz, é uma ideia preconcebida sobre uma pessoa ou grupo de pessoas. Geralmente o PRECONCEITO é adquirido, mesmo que inconscientemente, pela convivência com pessoas preconceituosas.

LEMBRE-SE: NINGUEM NASCE PRECONCEITUOSO!

O que é DISCRIMINAÇÃO?

É o ato de separar, isolar ou diferenciar uma pessoa ou um grupo de pessoas pelo seu GÊNERO, COR, ORIGEM, ORIENTAÇÃO SEXUAL ou qualquer outra forma de julgamento a que a(s) PREJUDIQUE, pelo simples fato de achar que todos devem viver de acordo com sua maneira de pensar.

LEMBRE-SE: DISCRIMINAÇÃO É CRIME!

O que devo fazer?

Em casos de racismo ou discriminação racial anote o endereço do  local, caso seja estabelecimento comercial ou público, nome do autor (a) nome das testemunhas e números de documentos, ligue para 156 e dirija-se a delegacia de polícia na região onde os fatos ocorreram e faça o boletim de ocorrência, depois se dirija a prefeitura 10º Andar, Secretaria de Governo, avise que esta deixando um boletim de ocorrência para o Conepir, deixe telefone que entraremos em contato.

Se preferir ligue ao 156, deixe sua denúncia e aguarde contato para procedimentos.

O Que diz a Constituição:  Sobre o Racismo

Lei nº 7.716 de 05 de Janeiro de 1989

Define e tipifica os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

No Parágrafo § 3º

Inciso III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)

Código Penal em seu Artigo 140Racismo

parágrafo 3º: Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem: (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997). Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997).

A Jurisprudência:

Na Internet:

A competência para processar e julgar o crime de racismo praticado na rede mundial de computadores estabelece-se pelo local de onde partiram as manifestações tidas por racistas. Precedente da Terceira Seção. (DJe 15/02/2013; CC 116926 / SP; 2011/0091691-2)

“Racismo. (…) A Constituição Federal de 1988 impôs aos agentes de delitos dessa natureza, pela gravidade e repulsividade da ofensa, a cláusula de imprescritibilidade, para que fique,  ad perpetuam rei memoriam, verberado o repúdio e a abjeção da sociedade nacional à sua prática. (…) A ausência de prescrição nos crimes de racismo justifica-se como alerta grave para as gerações de hoje e de amanhã, para que se impeça a reinstauração de velhos e ultrapassados conceitos que a consciência jurídica e histórica não mais admitem.” (HC 82.424, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 17-9-2003, Plenário, DJ de 19-3-2004.)

O que é Injúria Racial: Jurisprudência

TJ-RS – Apelação Crime ACR 70032434938 RS (TJ-RS)

Data de publicação: 01/03/2013

Ementa: APELAÇÃO CRIME. INJÚRIA RACIAL (ART. 140, § 3º, DO CP). ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Autoria e materialidade devidamente comprovadas. Condenação mantida. APENAMENTO. Pena privativa de liberdade e multa cumulativa fixadas no mínimo legal. Pretendida redução da prestação pecuniária substitutiva da carcerária. Incabível. Valor estabelecido na sentença compatível com a condição econômica da apelante. RECURSO IMPROVIDO. (Apelação Crime Nº 70032434938, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Osnilda Pisa, Julgado em 29/01/2013)

Encontrado em: Segunda Câmara Criminal Diário da Justiça do dia 01/03/2013 – 1/3/2013 Apelação Crime ACR 70032434938 RS (TJ-RS) Osnilda Pisa

Parecer Jurídico:

As políticas afirmativas representam o reconhecimento oficial de perenidade do racismo. Dessa forma, a ação afirmativa teria como escopo coibir a discriminação atual e eliminar os efeitos persistentes da discriminação

*Ação Afirmativa & o Princípio Constitucional da Igualdade (O Direito como instrumento de transformação social) Presidente do STF, Ministro Joaquim  Barbosa Gomes.

O autor ressalta que a noção de justiça compensatória não é isenta de falhas, pois o raciocínio jurídico vincula a noção de reparação de danos à relação de causa e efeito. Somente quem sofre diretamente o dano teria legitimidade para postular a respectiva compensação. Nessa linha, a compensação somente poderia ser reivindicada de quem efetivamente praticou o ato ilícito.

*Ação Afirmativa & o Princípio Constitucional da Igualdade (O Direito como instrumento de transformação social) Presidente do STF Ministro Joaquim Barbosa Gomes

O Conepir trabalha em perfeita harmonia entre a Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania, através da Coordenadoria de Políticas para a População Negra e Indígena, e em convênio firmado entre a Prefeitura e a Câmara de Vereadores de Piracicaba, também será encaminhada cópia do inquérito policial para a aplicação da lei Estadual abaixo:

Lei nº 14.187 de 19 de Julho de 2010

Dispõe sobre penalidades administrativas a serem aplicadas pela prática de atos de discriminação racial.

Artigo 1º – Será punido, nos termos desta lei, todo ato discriminatório por motivo de raça ou cor praticado no Estado por qualquer pessoa, jurídica ou física, inclusive a que exerça função pública.

Artigo 2º – Consideram-se atos discriminatórios por motivo de raça ou cor, para os efeitos desta lei:

I - praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória;

II - proibir ou impor constrangimento ao ingresso ou permanência em ambiente ou estabelecimento aberto ao público;

III - criar embaraços ou constrangimentos ao acesso e à utilização das dependências comuns e áreas não privativas de edifícios;

IV - recusar, retardar, impedir ou onerar a utilização de serviços, meios de transporte ou de comunicação, inclusive no sítio de rede mundial de computadores, consumo de bens, hospedagem em hotéis, motéis, pensões e estabelecimentos congêneres ou o acesso a espetáculos artísticos ou culturais, ou estabelecimentos comerciais ou bancários;

V - recusar, retardar, impedir ou onerar a locação, compra, aquisição, arrendamento ou empréstimo de bens móveis ou imóveis;

VI - praticar o empregador, ou seu preposto, atos de coação direta ou indireta sobre o empregado;

VII - negar emprego, demitir, impedir ou dificultar a ascensão em empresa pública ou privada, assim como impedir ou obstar o acesso a cargo ou função pública ou certame licitatório;

VIII - praticar, induzir ou incitar, por qualquer mecanismo ou pelos meios de comunicação, inclusive eletrônicos, o preconceito ou a prática de qualquer conduta discriminatória;

IX - criar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propagandas que incitem ou induzam à discriminação;

X - recusar, retardar, impedir ou onerar a prestação de serviço de saúde, público ou privado.

Não obstante, os munícipes ainda contam com o canal direto com a Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania, através de convênio firmado entre Prefeitura e Câmara Municipal: “São Paulo Contra o Racismo”. O contato para denúncias pode ser realizado através da internet, acessando o link a seguir: http://www.ouvidoria.sp.gov.br/Portal/ComoPossoAjudar.aspx?cod_prestador=106

Cremos que este conjunto de ações intrínsecas de colaboração mútua nos coloca a frente em termos de ação e eficiência do telefone 156, sendo este o diferencial deste novo serviço prestado à população negra de Piracicaba.

Esperamos assim contribuir para a construção de Ações Afirmativas em nossa cidade para uma sociedade mais justa e igualitária, com respeito às diversidades.

Conepir tem mais uma vitória: Hino À Negritude agora é lei em Piracicaba

PL obriga execução do Hino à Negritude em solenidades da raça negra

 

De autoria de Matheus Erler, projeto de lei 61/2014 foi aprovado na reunião ordinária desta segunda-feira.

Foto: Fabrice Desmonts – MTB 22.946

Projeto de lei de Matheus Erler foi aprovado na reunião ordinária desta segunda-feira

 

Foi aprovado na reunião ordinária desta segunda-feira (30) o projeto de lei 61/2014, de autoria do vereador Matheus Erler (PSC), que oficializa o Hino à Negritude, criado pela lei 4.209/1996, e determina sua execução em todas as solenidades que envolvam a raça negra em Piracicaba.”Escrito pelo poeta e professor Eduardo Ferreira de Oliveira, o Hino à Negritude é uma grande bandeira da luta por direitos e reafirmação do negro enquanto ator social essencial na formação histórica da sociedade brasileira”, afirma o vereador, na justificativa do texto encaminhado ao plenário.Matheus Erler também destaca que, além do valor simbólico e histórico, o Hino à Negritude consolida mais um passo na caminhada contra o preconceito racial. Sob o aspecto pedagógico, detalha o legislador, a divulgação do hino promove “resgate poético da contribuição que os negros tiveram no desenvolver da nação brasileira”.”Por fim, há que se ressaltar que a propositura deve ser vista sob o prisma da diversidade da população brasileira e com o dever público da negação do racismo, a inferiorização, estigmatização e invisibilidade da população negra”, conclui.

 

Texto:  Erich Vallim Vicente – MTB 40.337

 

João Manoel recebe prêmio “Personalidades Negras” do Conepir

Entrega da homenagem aconteceu nesta sexta-feira (23) na Sala da Presidência. Outras três pessoas também receberam a comenda

 

O presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, João Manoel dos Santos (PTB), recebeu na tarde desta sexta-feira (23) a homenagem “Personalidade Negra”, entregue pelo Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba (Conepir). A solenidade ocorreu na Sala da Presidência e contou com a participação do presidente da entidade, Adney Araújo, e destacou a importância das referências pessoais para a comunidade negra no município.“É com muito orgulho que recebo esta homenagem, primeiro pelo reconhecimento e, segundo, pelo fato de o Conepir ter nascido nesta sala e a Câmara sente ter cumprido o papel dela de promover espaços de debates como estes”, disse João Manoel dos Santos. Além dele, também foram homenageados a ex-vereadora Benedita Penezzi (em memória), o subcomandante Moraes, da Guarda Civil Municipal, e o presidente do Sindicato da Construção Civil de Piracicaba, Milton Costa.

Adney Araújo, do Conepir, salientou que em apenas um ano de formação o conselho já realizou diversas ações, como criação do Disque Racismo 156  e da campanha “Somos todos seres humanos”, lançada na cidade como parte de uma definição estadual do movimento negro, e que conta com o apoio de torcidas organizadas do Esporte Clube XV de Novembro.

“Em pouco tempo conseguimos demonstrar à cidade a importância de termos uma entidade como o Conepir, que atue de maneira constante em temas que contribuam para o combate ao racismo”, definiu Adney Araújo.

 

Texto:  Erich Vallim Vicente – MTB 40.337

 

 

Manifesto de apoio à liberdade de expressão religiosa

 

O Juiz de Direito, Dr. Eugênio Rosa de Araújo, pensa ser o dono da verdade e acaba de descobrir a pólvora. Insanamente o magistrado alega que os cultos de Umbanda e Candomblé não são legítimos, pois não são monoteístas e não têm um livro para guiar seus fiéis como a Bíblia ou o Alcorão.

Homem pequeno e de pequena visão ao respeito, à diversidade religiosa, ao respeito à nossa ancestralidade. Enquanto os católicos festejam 2014 anos do nascimento do Messias, na África, assim como na Ásia, Buda é cultuado à mais de 8000 anos antes do nascimento do calendário cristão. Na África, Xangô, assim como Ogum, dava seus sábios e longos conselhos aos seus povos, discorrendo como a justiça, a lealdade, a amizade, o respeito e a caridade eram importantes a seus súditos.

A proibição a qualquer manifestação religiosa é repudiada pelo Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba-Conepir. Pois hoje são as religiões de Matrizes Africanas a serem perseguidas, amanhã serão as Neo Pentecostais, e sabe se lá onde isto vai parar.

Somos totalmente a favor da liberdade de expressão religiosa e temos o dever de protegermos nossa ancestralidade, mesmo que muitos de nós sejamos, hoje, evangelizados ou seguidores de diferentes segmentos religiosos. Não podemos abandonar a defesa de nossas raízes; não somos descendentes de escravos, mas sim descendentes de um povo que foi escravizado.

Tiraram nosso chão e a nossa liberdade, fizeram esquecer nossa língua mãe, cortaram nossas línguas, nos queimaram a ferro quente, fizeram toda a barbárie típica dos fracos que temem que os dominados se levantem, porém uma coisa nunca conseguiram tirar de nós negros: a nossa fé e o respeito aos nossos ancestrais. Não será hoje nem agora que iremos abrir mão do que nos é mais caro e que não conseguiram extirpar: A NOSSA FÈ.

Portanto, a marcha do toque dos Adjás tem nosso apoio, respeito, e acima de tudo admiração, pois não iremos permitir que nossas raízes sejam arrancadas de nossos corações, de nossa história e nem de nossas vidas. Esta é a luta, a nossa religiosidade. Tanto já nos foi tirado e dizem que reclamamos por nada, porém o que é nada para uns é tudo para outros, nosso eco irá longe, nosso grito irá balançar as estruturas do poder, não usamos máscaras pois não temos nada a esconder, ao contrário temos muito a mostrar.

Um antigo ditado Yorubá diz: “Um galho quebra sozinho, mas um fecho de galhos é inquebrável”.

Conepir completa um ano e faz prestação social de contas

Conselho foi criado há um ano para discutir políticas públicas à raça negra e para servir no combate ao racismo. Evento ocorreu na Prefeitura de Piracicaba

Madalena participa das atividades de um ano do Conepir

Fotos: Suelen Faria (estagiária)

A vereadora Madalena (PSDB) participou, ontem à tarde (13), das atividades de um ano do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba – Conepir. O encontro, define o presidente da entidade, Adney Araújo de Abreu, foi para prestar contas do trabalho da instituição durante os últimos 365 dias e ressaltar o apoio da Câmara de Vereadores de Piracicaba na formação do Conselho.  “Sobre políticas públicas para os negros, quando falam que Piracicaba adormeceu, na verdade, não adormeceu, pois faltavam leis. Você acha que bancário não quer trabalhar em banco? É claro que quer”, frisou Abreu. “Em 10 anos se formou mais negros na faculdade do que em 100 anos”, disse.

De acordo com o presidente do Conepir, “é necessária uma busca reparatória para os negros”. No encontro, que ocorreu no prédio do Centro Cívico, na tarde desta terça-feira (13), Madalena, e o empresário do ramo alimentício, Marcos Rosa, receberam um livro com depoimentos de negros que superaram a discriminação e o preconceito. “Eu agradeço o convite e estou muito feliz em participar”, agradeceu a parlamentar.

Claudemir Almeida, proprietário de uma pequena empresa de portaria e serviços, relatou a discriminação que sofreu, anos atrás, quando ouviu de “uma pessoa bem sucedida da cidade, branca,” de que não poderia, “nunca”, ter um negócio próprio por conta de ser negro.

Campanha

Adney Araújo adiantou que uma campanha, com o tema “Banana é Banana, Macaco é Macaco e Racismo é Crime”, será realizada em Piracicaba com a finalidade de conscientizar a população a denunciar casos de racismo.

Propostas

Aos participantes foi entregue uma cartilha com algumas ações a serem implementadas como a criação do Disque Racismo – 156; a execução, antes de cerimônias que envolvam à raça negra, do Hino à Negritude, por meio de projeto de lei de autoria do vereador Matheus Erler (PSC); reimplantação da cota nas campanhas publicitárias governamentais, iniciativa do vereador Chico Almeida (PT), a pedido do Conepir, além de outras medidas.

Representantes de sindicatos e assessores parlamentares participaram do encontro.

 

Texto:  Marcelo Bandeira – MTB 33.121

 

 

Disque racismo através do telefone 156 é implementado em Piracicaba

 

 

Data: 14/05/2014

Autor: João J. de Souza- 21.054

O prefeito Gabriel Ferrato lançou ontem (13), o Disque Racismo, resultado da 1ª Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial, promovida pela Prefeitura em parceria com o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba (Conepir). O anúncio aconteceu durante a denominação de Eva Iltez Aparecida Luiz ao Centro de Documentação, Cultura e Política Negra.

Assim, por meio da Secretaria de Governo, a Prefeitura disponibiliza o telefone SIP 156 para que as pessoas possam também denunciar crimes de racismo. O serviço funciona de segunda à sexta-feira, das 8 às 17 horas. As denúncias serão encaminhadas à secretaria, que, imediatamente, repassará ao Conepir.

O Disque Racismo, como relatou o presidente do Conepir, Adney Araújo de Abreu, “é mais uma das ações afirmativas discutidas no ano passado e que agora torna-se realidade”.

Comunidade negra busca maior representatividade

Conepir cria comissão no Aglomerado Urbano e Madalena pede ações de igualdade racial

Foto: Suelen Faria (Câmara dos Vereadores de Piracicaba)

Foto: Suelen Faria (Câmara dos Vereadores de Piracicaba)

Foto: Suelen Faria (Câmara dos Vereadores de Piracicaba)

Foto: Suelen Faria (Câmara dos Vereadores de Piracicaba)

Evento na Câmara de Vereadores, na tarde de quarta-feira (23/04), discutiu a implantação de políticas públicas de promoção à igualdade racial na cidade e região.

Na ocasião, o Conepir (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba) anunciou a criação de uma Comissão de promoção da igualdade racial no Aglomerado Urbano de Piracicaba e a vereadora Madalena (PSDB) solicitou ao município a criação de uma coordenadoria para discussão da igualdade racial no município, além da inserção da cidade ao programa Juventude Viva, do governo federal, que prevê, entre outras ações, o enfrentamento do racismo.

Membros do Conselho, entidades, secretários, vereadores e o prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) participaram do encontro. O prefeito parabenizou a iniciativa e afirmou que o governo fará “tudo o que pode” para enfrentamento da discriminação.

“Somos limitados, há coisas que não cabe ao município resolver. Temos tentado reforçar as ações de desigualdade social”, disse.

O presidente do Conepir, Adney Araújo, informou que a criação da Comissão é baseada no Sinapir (Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial), que prevê a prática de ações visando a igualdade racial.

“Queremos que a Comissão possa agir no Aglomerado e trabalhar educação, trabalho e renda, moradia, violência e outros assuntos. Isso falta também em muitos municípios”, disse.

Segundo ele, a comissão contará com presidente, vice-presidente e secretário, que deverão ser escolhidos em uma próxima reunião com representantes dos 22 municípios que compõem o Aglomerado.

O procurador-geral do município, Mauro Rontani, afirmou que o município vê com bons olhos a iniciativa do Conepir, visando “fortalecer as ações do Aglomerado”.

O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), que também compôs a mesa dos trabalhos, considerou “motivo de orgulho” a articulação da comunidade negra. Madalena entregou uma cópia de seus pedidos ao prefeito e recebeu, segundo sua assessoria, orientações da coordenadora estadual de Políticas para a População Negra e Indígena, da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Elisa Lucas Rodrigues, que esteve presente no evento e endossou a importância de políticas voltadas à comunidade negra.

“A violência com a população negra é muito grande, principalmente aos jovens”, disse sobre os diversos casos de homicídios registrados no país.

Reportagem: Lilian Geraldini (Jornal de Piracicaba em 24/04/2014)
Fotos: Suelen Faria (Câmara dos Vereadores de Piracicaba) e Rodrigo Carvalho

CBF vai lançar aplicativo para denúncia de casos de racismo

A entidade divulgou no domingo a campanha de conscientização ‘Somos Iguais’ que tem a intenção de repudiar casos de racismo no futebol

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lançou uma campanha de combate ao racismo no último domingo (20). Com o slogan ‘Somos Iguais’, ela inclui a criação de um aplicativo para dispositivos móveis que permite denunciar atos de discriminação em eventos esportivos.

Segundo a CBF, a intenção da campanha “é a conscientização e o repúdio sobre qualquer ato de preconceito, seja racial, econômico, religioso, social, sexual, dentre outros”. A entidade ainda não anunciou quando o aplicativo será lançado, mas a intenção é que as denúncias feitas pelos torcedores ainda de dentro do estádio sejam encaminhadas para as autoridades competentes.
A campanha foi idealizada após casos de racismo contra os jogadores Tinga, do Cruzeiro, Arouca, do Santos, além do árbitro Márcio Chagas da Silva. Os três foram vítimas de preconceito racial neste ano e são garotos-propaganda da ação da CBF.

Tinga, Arouca e Márcio fazem parte do vídeo divulgado pela entidade que comanda o futebol no Brasil para conscientização em torno do racismo. O texto foi elaborado pelo jornalista Mauro Beting e vai ser exibido em telões de estádios no país, inclusive antes dos amistosos feitos pela seleção brasileira na preparação para a Copa do Mundo.
Além do vídeo e do aplicativo, os jogos com transmissão da televisão aberta devem ganhar atenção. Antes do início dos jogos, faixas com a mensagem da campanha serão levadas para o campo e dez bolas personalizadas com o logo ‘Somos Iguais’. Nelas haverá a frase ‘faça um selfie com a bola usando #somosiguais e sua foto poderá aparecer nas redes sociais da CBF’, estimulando os torcedores a participar da ação.
Em todos os jogos das séries A e B do campeonato brasileiro, os árbitros usarão um patch com o logo da campanha e placas de publicidade em torno do campo também exibirão a marca ‘Somos Iguais’. Nos dois jogos da seleção brasileira antes da Copa do Mundo, as ações de conscientização devem se repetir.
Veja abaixo o vídeo da campanha:
Imagem de Amostra do You Tube
Fonte: iBahia

Negros ganham, em média, pouco mais da metade dos brancos, mostra IBGE

A pesquisa de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quinta-feira (30) apontou que os trabalhadores negros ganharam menos que os brancos, e mulheres ganharam menos que homens no Brasil em 2013.

Pessoas de cor preta ou parda (de acordo com os critérios oficiais de classificação do IBGE) ganhavam, em média, pouco mais da metade (57,4%) do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca no ano passado.

Em valores, isso dá uma média salarial de R$ 1.374,79 para os trabalhadores negros, enquanto a média dos trabalhadores de cor branca foi de R$ 2.396,74.

Nos últimos dez anos, essa desigualdade diminuiu: desde 2003, o salário dos negros subiu, em média, 51,4%, enquanto o dos brancos aumentou uma média de 27,8%.

Mulheres ganham, em média, 73,6% do salário do homem

Em relação ao gênero, as mulheres ganham, em média, o equivalente a 73,6% do rendimento médio recebido por homens. Em valores, a média do salário das mulheres é de R$ 1.614,95, enquanto a dos homens chega a R$ 2.195,30.

Belo Horizonte é a cidade em que a desigualdade é mais expressiva. Lá, as mulheres recebem, em média, apenas 68,1% do salário dos homens. O Rio de Janeiro tem os melhores índices: as mulheres recebem 75,7% do salário médio dos homens.

Fonte: UOL Economia em 30/01/2014.