Jornal A Tribuna PiracicabanaQuinta-feira, 28 de março de 2013
No ultimo dia 15 de março, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo implantou, por meio do CRT- Aids (Centro de Referência e Treinamento DST – Aids), a emissão do cartão SUS com nome social. A medida, inédita no Estado, já está em vigor e deve beneficiar, inicialmente, cerca de 1,5 mil usuários cadastrados no Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do CRT, localizado na zona Sul da capital. De acordo com Bruno Campos, presidente do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade (CMADS), em Piracicaba, pouco mais de 30 travestis e transexuais já fizeram o novo cartão do SUS, que é válido para atendimento em qualquer serviço público de saúde.”É importante pois diminui o constrangimento na hora do atendimento”, disse.
Na tarde de ontem, a Transexual Luciana Stocco foi até o poupatempo municipal e fez o cartão do SUS. “Fui super bem atendida pelos funcionários do posto e o meu cartão já está com o nome que uso e pelo qual todos me conhecem”, afirmou.
“Como desabafo gostaria lembrar que o cartão ainda traz o nome do RG escrito, o que não evita que quando formos atendidos e uma pessoa preconceituosa nos atenda de forma diferente. Acho que só colocar o número do RG e o nome social seria suficiente para não sermos discriminados”, completou.Os interessados em ter o Cartão do SUS, devem ir até o posto de saúde do seu bairro e solicitar o agendamento no poupatempo (que funciona das 7h30 às 17h30) para a retirada do cartão.
Os documentos necessários são CPF, RG, cartão do posto de saúde e comprovante de residência. “Gostaria de parabenizar o trabalho do Conselho da Diversidade Sexual e em nome do Bruno agradecer o trabalho feito na cidade para diminuir o preconceito contra as travestis e Transexuais e também parabenizar os funcionários públicos que me atenderam hoje, que foram muitos atenciosos”, completou Luciana. ESTADO – Do total de 1,5 mil usuários matriculados no Ambulatório de SaúdeIntegral para Travestis e Transexuais do CRT, 65% se denominam transexuais, 30% se consideram travestis e outros 5% são divididos entre mulheres trans (mulheres nascidas em corpo masculino) e indefinidos. “Em Piracicaba, o número de transexuais e travestis é, em média, de 300 pessoas”, finalizou Bruno Campos.