COMSEA de Piracicaba faz visita à ETA “Capim Fino”
O Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Piracicaba participou na última terça-feira, dia 28 de fevereiro, de uma visita às instalações da Estação de Tratamento de Água “Capim Fino”.
Os Conselheiros foram acompanhados pelo Químico do SEMAE, Antonio Carlos Ferreira, do Serviço de Controle de Qualidade.
Durante a visita os conselheiros conheceram as instalações da ETA e também todo o processo de tratamento da água captada do Rio Corumbataí.
Após a visita, os Conselheiros assistiram a duas apresentações preparadas pelos biólogos do SEMAE.
O biólogo Felipe Augusto Gasparotto apresentou sua dissertação de mestrado “Avaliação Ecotoxicológica e Microbiológica da água de nascentes urbanas em Piracicaba”, onde foram analisadas 8 nascentes (bicas) do município de Piracicaba.
Foram escolhidas as nascentes mais procuradas pela população.
Os resultados apresentados foram alarmantes tanto na questão microbiológica, com grandes quantidades de coliformes fecais (Escherichia Coli), quanto toxicológica (nitratos e metais pesados).
A população culturalmente tem o hábito de consumir ou utilizar água dessas nascentes em Piracicaba e o trabalho apresentou o perigo à saúde desse consumo, expondo a população à doenças.
Um trabalho de conscientização é feito pelo SEMAE e pela Secretaria de Saúde para que a população evite o consumo de água não tratada, principalmente de “bicas”.
A outra pesquisa “QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA CONSUMIDA NAS RESIDÊNCIAS DE PIRACICABA – SP”, foi apresentada pelo também biólogo Ivan Canalle. A pesquisa foi realizada em 30 residências em diversos bairros da cidade de Piracicaba para coletas de água, verificação das condições higiênicas dos reservatórios domiciliares e aplicação de um questionário ao proprietário do imóvel para obtenção de informações sobre as condições do sistema de abastecimento e cuidados com os reservatórios domiciliares e de manutenção da qualidade das águas consumidas.
O estudo apontou que 58% das residências utilizam água mineral (galão), 23% utilizam potes de cerâmica, 13% filtro de cozinha automático e apenas 6% utilizam água da rede diretamente da torneira.
A análise microbiológica da água utilizada nos domicílios apresentou problemas de contaminação nas amostras de água mineral, e nas amostras de água nos potes de cerâmica.
Levanta-se a hipótese que os procedimentos de envase, transporte, armazenamento e, principalmente, a manipulação inadequada dos galões e a falta de higienização dos suportes para galões e dos filtros dos potes de cerâmica nas residências, aliado à ausência do cloro residual, podem promover a proliferação de bactérias. Essas bactérias, na grande maioria das vezes, são inofensivas à saúde humana, porém, representam condições higiênico-sanitárias inadequadas.
A água tratada nas ETAs são analisadas periodicamente para garantir a sua qualidade para o consumo humano sem riscos para a saúde, apesar disso, o seu uso pela população ainda é considerado baixo devido à questões culturais e de hábitos.
O COMSEA tem papel de grande importância ao debater questões como essa, e mobilizar Sociedade Civil e Poder Público para divulgar essas informações e incentivar ações de educação ao consumo.